Errar é humano, mas o erro de alguns humanos é menos tolerado que o de outros. Com os médicos, é assim. Diante da preciosidade da matéria com a qual eles lidam, o mínimo equívoco pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Quase sempre os erros médicos são atribuídos à má qualidade da formação profissional, à carga de trabalho extenuante, à negligência ou ao excesso de confiança nas próprias habilidades. Existem, porém, outros fatores potencialmente fatais.
São falhas cometidas até mesmo pelos médicos mais bem formados, que trabalham nas melhores condições e que tem a clientela mais poderosa. Elas não são fruto apenas da má vontade, da pressa ou do descontentamento com as condições de trabalho.
Qualquer médico está sujeito a erros de julgamento. Nem os mais respeitados do mundo estão imunes a isso. Quem melhor abordou esse tema foi Jerome Groopman, professor de medicina da Universidade Harvard e brilhante escritor que contribui regularmente com veículos como The New Yorker, Washington Post and New York Times.
No livro How Doctors Think (Como os médicos pensam), Groopman faz um relato sincero e propõe um debate construtivo. Como aperitivo, reproduzo alguns trechos da obra e os principais aspectos que ela propõe. Em um dos capítulos, ele descreve quatro pensamentos comuns que levam os médicos a produzir diagnósticos errados.
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